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Conformismo

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    psychology4humans
  • 18 de jul. de 2020
  • 4 min de leitura

Atualizado: 3 de nov. de 2020



O que é?

O Conformismo refere-se à mudança de comportamento do indivíduo para corresponder à pressão direta e indireta do grupo social em que se insere (Cialdini & Goldstein, 2003). Isto é, numa situação hipotética, onde uma pessoa está perante um problema (eg. testemunhar uma situação de bullying), o seu comportamento será influenciado pela resposta do seu grupo. Este tipo de comportamento pode surgir por diversas causas, nomeadamente pela busca do seguimento das normas sociais impostas pelo grupo, para obter aprovação social, para proteger a própria autoestima, entre outros (Deutsch & Gerard, 1955; Cialdini & Goldstein, 2003).

O que me leva a agir assim?

Como referido anteriormente, há vários aspetos que influenciam as pessoas a conformarem-se perante alguma situação. Como exemplos disso temos:


1. Ignorância Pluralista: Quando o sujeito procura obter informações válidas, mas com alguma incerteza sobre o assunto, tende a conformar-se à opinião maioritária do grupo em que está inserido (Castelli et al., 2001).


2. Aprovação social: É frequente o sujeito procurar a aprovação dos seus pares e da sociedade, no sentido de construir relacionamentos gratificantes e, consequentemente, aumentar a sua autoestima (Cialdini & Goldstein, 2003). Neste sentido, alguns estudos referem que o sujeito procura ajustar o seu comportamento às normas socialmente impostas, e a procurar ativamente pela aprovação social, independentemente de ter sofrido previamente algum tipo de rejeição pelo grupo ou não (Kim & Markus,1999; Janes & Olson 2000).

Porém, quando o sujeito sente a sua autoestima ameaçada, por não se encaixar na resposta do grupo e ser um alvo de desaprovação, tende a conformar-se mais facilmente à resposta do grupo para restaurar o seu sentimento de pertença grupal (Cialdini & Goldstein, 2003).


3. Consenso percebido: Quando a resposta prévia do sujeito se opõe à resposta do grupo, a sua motivação e tendência será a conformar-se, para evitar possíveis complicações no grupo (Erb et al., 2002).Este tipo de comportamento torna-se mais evidente quando a resposta em questão tem pouca importância para o sujeito, e como tal, aplicam menor esforço cognitivo para processar a situação, levando a que resposta maioritária do grupo seja considerada a normativa (Mackie,1987; Erb et al., 1998).


4. Impacto Social: Sendo o sujeito um ser se que insere e pertence a um determinado espaço social, estará mais propenso a estar em conformidade com as atitudes, crenças e comportamentos exibidos pela maioria numérica do grupo do que pela minoria (Latané, 1996).

O que posso fazer para contrariar esta tendência?

O ser humano é um ser social, e como tal, há uma propensão em seguir o comportamento das outras pessoas e a conformidade torna-se no padrão comum (Alquist, Ainsworth & Baumeister, 2013).

Perante as situações do dia-a-dia, podemos pensar nestes aspetos, estar mais conscientes e despertos para a sua ocorrência e tentar contrariar a tendência de sermos movidos por pressões externas.

Somos, acima de tudo, seres com livre-arbítrio. Temos a liberdade e capacidade de agir com base nas nossas próprias escolhas, influenciadas pelos nossos pensamentos e valores internos (Monroe & Malle, 2010; Stillman, Baumeister & Mele, 2011).

Estudos referem que o livre-arbítrio motiva as pessoas a esforçarem-se a agir pela sua própria vontade e a pensarem por si mesmos, ao invés de seguir o caminho “mais fácil” e se conformarem com as regras do grupo (Baumeister et al., 2009; Stillman et al., 2010).


Bibliografia:

Alquist, J. L., Ainsworth, S. E., & Baumeister, R. F. (2013). Determined to Conform: Disbelief in free will increases Conformity. Journal of Experimental Social Psychology, 46, 80-86.


Baumeister, R. F., Masicampo, E. J., & DeWall, C. N. (2009). Prosocial Benefits of Feeling Free: Disbelief in Free will increases Aggression and Reduces Helpfulness. Personality and Social Psychology Bulletin, 35, 260–268.


Castelli, L., Vanzetto, K., Sherman, S. J., & Arcuri, L. (2001). The Explicit and Implicit Perception of In-group Members who use Stereotypes: Blatant Rejection but Subtle Conformity.Journal of Experimental Social Psychology, 37, 419–426.


Cialdino, R. B., & Goldstein, N. J. (2004). Social Influence: Compliance and Conformity. Annual Review of Psychology, 55, 591–621. doi: 10.1146/annurev.psych.55.090902.142015


Deutsch, M., & Gerard, H. B. (1955). A Study of Normative and Informative Social Influences upon Individual Judgment. Journal of Abnormal Psychology, 51, 629–636.


Erb, H. P, Bohner, G., Schmalzle, K., & Rank, S. (1998). Beyond Conflict and Discrepancy: Cognitive bias in Minority and Majority Influence. Personality and Social Psychology Bulletin, 24, 620–633.


Erb, H. P, Bohner, G., Rank, S., & Einwiller, S. (2002). Processing Minority and Majority Communications: The Role of Conflict with Prior Attitudes. Personality and Social Psychology Bulletin, 28, 1172–1182.

Janes, L. M., & Olson, J. M. (2000). Jeer Pressure: The Behavioral Effects of Observing Ridicule of Others. Personality and Social Psychology Bulletin, 26, 474–485.


Kim, H. S., & Markus, H.R. (1999). Deviance or Uniqueness, Harmony or Conformity? A Cultural Analysis. Journal of Personality and Social Psychology, 77, 785–800.


Latané, B. (1996). Dynamic Social Impact: The Creation of Culture by Communication. Journal of Communication, 46, 13–25.


Mackie, D. M. (1987). Systematic and Nonsystematic Processing of Majority and Minority Persuasive Communications. Journal of Personality and Social Psychology, 53, 41–52.


Monroe, A. E., & Malle, B. F. (2010). From Uncaused will to Conscious Choice: The need to Study, not Speculate about People's folk Concept of free will. Review of Philosophy and Psychology, 1, 211–224.


Stillman, T. F., Baumeister, R. F., & Mele, A. (2011). Free will in Everyday life: Autobiographical accounts of free and unfree Actions. Philosophical Psychology, 24, 381–394.


Stillman, T. F., Baumeister, R. F., Vohs, K. D., Lambert, N. M., Fincham, F. D., & Brewer, L. E. (2010). Personal Philosophy and Personnel Achievement: Belief in free will Predicts better job Performance. Social Psychological and Personality Science, 1, 43–50.


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