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Conformismo: Experiências e Testemunhos

  • Foto do escritor: psychology4humans
    psychology4humans
  • 23 de jul. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 31 de jul. de 2020


Experiência de Asch

Nos anos 50, o psicólogo Solomon Asch ficou conhecido pela realização da experiência de conformidade, que veio provar a influência que a pressão do grupo pode ter na tomada de decisão de uma pessoa.


Na experiência, 8 indivíduos participaram, e perante um quadro com dois cartões (Esquerda – cartão 1; Direita – cartão 2), os indivíduos teriam de dizer qual a linha do cartão 2 que representava a linha do cartão 1.

Apesar de terem participado 8 indivíduos ao longo das diversas tarefas, apenas um deles era o verdadeiro participante; os restantes 7 eram atores instruídos a fornecer uma resposta errada. Para além disso, os participantes atores também eram instruídos a responder antes do verdadeiro participante, e a dar a resposta correta apenas nas duas primeiras tarefas, errando propositadamente nas restantes doze. Cada indivíduo teria de dizer qual a resposta que considerava correta perante o grupo.

Perante este cenário, o participante verdadeiro de cada grupo, por se encontrar numa posição minoritária, teve tendência a conformar-se com as restantes respostas do grupo, apesar de não existir qualquer tipo de pressão explícita por parte do mesmo.



Principais Resultados

Como resultados desta experiência, Asch verificou que:

  • 70% dos participantes conformaram-se, em algum momento, com as respostas dadas pelo grupo de participantes;

  • 25% dos participantes não se conformaram, em nenhum momento, com as respostas dadas pelos restantes elementos do grupo;

  • 5% dos participantes, em todas as respostas que deram, cederam sempre à pressão do grupo, conformando-se com as mesmas.



Conclusões

A partir dos resultados da experiência, Asch (1951) conseguiu perceber porque razão a maioria dos participantes (75%) se conformaram ao comportamento adotado pelo grupo, e, por outro lado, o que acontece quando a norma estabelecida é quebrada por uma minoria.


Situação 1: Participantes que cederam à pressão do grupo (75%)

  • Distorção de Perceção: os participantes agiram de acordo com a norma do grupo e não colocaram em questão a veracidade da resposta desse grupo, assumindo-a como a resposta verdadeira (Asch, 1951; Castelli et al., 2001);

  • Distorção de Ação: os participantes sabiam qual era a resposta verdadeira, mas como esta era contrária à resposta do grupo, decidiram conformar-se à norma social imposta (Asch, 1951; Erb et al., 2002);

  • Distorção de julgamento: derivada de uma baixa autoestima, os participantes ao ouvirem as respostas dos outros elementos do grupo, assumiram logo que estavam errados, o que os levou a conformarem-se com a norma estabelecida, aumentando o seu sentido de pertença ao grupo (Asch, 1951; Cialdini & Goldstein, 2003).


Situação 2: Participantes que não cederam à pressão do grupo (25%)

  • Os participantes confiaram na sua perceção e na sua experiência. Embora vivenciassem o conflito de não estarem em conformidade, demonstraram resiliência, ao expressarem continuamente a confiança que tinham na sua perceção;

  • Os participantes reagiram com base nos princípios explícitos relativos à necessidade de terem uma posição individual;

  • Os participantes manifestaram uma grande tensão e dúvida, mas respeitaram os seus julgamentos, com base na necessidade de lidarem adequadamente com a tarefa.

Conformity - Mind Field


Outras experiências

Além desta experiência clássica, outras se podem encontrar [e.g. “Smoke Filled Room Experiment” (Latane & Darley, 1970)], e que reforçam os resultados encontrados por Asch em 1951.


“Smoke Filled Room Experiment”


Social Conformity - Brain Games


TESTEMUNHO: Movimento “Justiça pelos Animais”

O movimento “Justiça pelos Animais” surgiu na sequência das vigílias e protestos organizados pela falta de prestação de auxílio aos animais do canil “Cantinho 4 Patas”, em Santo Tirso, vítimas do incêndio da madrugada de 19 de Julho, 2020.

A onda de indignação perante o crime de maus tratos a animais e os atos negligentes e insensíveis das forças policiais locais e das proprietárias do canil, fez com que estas ações proliferassem para lá deste trágico incidente, e que gerasse um movimento onde centenas de pessoas têm tentado recolher animais em situações ilegais e de maus tratos por todo o país.

O movimento tem vindo a crescer nos últimos dias, e com ele muitas vozes se têm levantado em prol dos direitos dos animais, pretendendo justiça face aos trágicos acontecimentos e face a políticas futuras muito importantes na matéria, tais como: a abertura de uma investigação criminal no âmbito do incêndio ao canil de Santo Tirso; o levantamento de canis ilegais pelas diversas Câmaras Municipais de todo o país; a fiscalização de todos os abrigos, canis e associações de apoio animal; o cumprimento da legislação em vigor; a existência de programas de esterilização; a limpeza das matas em volta das associações que recebem animais; entre outros.


“Queremos, lutamos e reivindicamos soluções. Soluções imediatas e que respondam

a todos os problemas - que mais nenhum animal sofra!”


Podem aceder à página do movimento AQUI

(Fotos por Paulo Pimenta - Público)


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